quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Na 4x4 a gente zoa

Infeliz idéia a que tive nesta última segunda-feira, umas dez horas da noite, de sintonizar na RedeTV! e assistir ao barraco livre Superpop, o programa da senhora golpe do baú Luciana Gimenez.

Ai, gente, abafa o caso!

Ok, Luciana. Abafemos.

Enfim, não estamos aqui para falar de Gimenez (não neste post, hehe). Estamos aqui para que eu lhes conte o absurdo que vi no show de bizarrices programa. No início, era apenas uma simples baixaria discussão, que girava em torno de temas como o funk e a valorização da mulher. Eis que, num momento acalorado, a seguinte declaração foi à tona:

"Eu tenho várias mulheres, e elas todas sabem disso. Eu faço isso desde que eu não era ninguém".

A frase acima foi dita por um certo funkeiro, um tal de Mr. Alcatra Catra. Confesso que não me choquei muito com o que ouvi, afinal, o que esperar de alguém que escreve uma música sobre "o dia em que a orgia tomou conta de mim"? Pois bem. Logo depois, Luciana Gimenez perguntou a ele sobre seus filhos, se ele confirmava ter 17 filhos, e como fazia em festas comemorativas, como o natal, se se vestia de Papai Noel, etc. Ele declarou (eis aqui um claro exemplo da máxima "pergunta idiota, resposta cretina"):

"Papai Noel? Que Papai Noel nada, na favela não é assim, não."

Ok, ok. Além de não ter respeito por relacionamentos ou mulheres, o funkeiro (isso é profissão?) demonstra não ter o mínimo de carinho ou consideração pelos filhos. Ignorando toda a burrice inocência de Luciana, a pergunta não se referia apenas ao Papai Noel, à figura do bom velhinho, presentes ou coisa do tipo. Era apenas um símbolo, uma forma de sondar o tratamento dispensado por ele às crianças. Pode parecer uma bobagem, mas o modo como Matraca Catra se referiu a isso deixou transparecer um imenso desprezo. Desprezo pelas coisas da vida, que seriam, em tese, importantes.

Se um cara como esse não dá a mínima para os próprios filhos e acha que a vida é essa grande palhaçada, qual é a moral dele em "fazer música para a juventude"?

Após as declarações pessoais, o debate sobre funk retornou. Ao ouvir os argumentos dos contrários, uma vadia distinta jovem afirmou acreditar que "funk é arte, dançar o funk é arte". Ó, belíssima e excelsa arte, esta! Mas, sabe, vivemos um tempo (que, graças a Deus, parece estar terminando) de feira liberada (CHEGA AÍ DONA DE CASA QUE HOJE TEM PROMOÇÃO). São tantas pêras, uvas, maçãs e saladas mistas que eu não duvidaria nada ao topar com a "Mulher Jenipapo" na rua do lado. E também não duvidaria da palavra da "artista do funk", anteriormente citada, que pratica sua sublime dança roçando um cartão de crédito entre as nádegas.

Depois de ser submetida a 15 minutos de tortura ao ver subcelebridades discutirem um subassunto, desliguei a televisão. Fui pesquisar sobre Lygia Fagundes Telles, muito me interessei por sua obra. E aí, fico pensando sobre a arte do nosso tempo. Citemos um verso do poeta da geração, Mr. Catraca Catra:

"E o bagulho tá sério, vai rolar o adultério..."

Zoando na 4x4,

El Taco de Guerra.

4 comentários:

Pam :) disse...

Só uma palavra....
CRÉU.

Pam :) disse...

ps.: El Taco, seus textos ruleiam.

Unknown disse...

Ninguéem meerece oouviir essas musiicas ,
POR ISSO QUE O BRASIL NÃAO VAI PRA FRENTE ! ,

Alice disse...

/\ q.


Gente. MOZART É O QUE HÁ. (L)

(lusiana jimenes rules ok diva)