quarta-feira, 29 de julho de 2009

Direitos Autorais

Começou há três anos atrás, 25 meninas se conheceram pela falecida comunidade da melhor revista que já existiu. Depois de inúmeras conversas, discussões, tópicos de surtos, tópicos de sugestões e etcetcetc, elas se tornaram amigas de verdade. Mas a nossa querida revista, que foi o que nos uniu, que foi o que fez em nós o diferencial para ser diferente da maioria dos adolescentes da sociedade, infelizmente acabou. Foi como perder uma parte de nós, mas todas aquelas 25 meninas continuam MUITO juntas, mesmo com a distância que infelizmente nos separa, nós encontramos uma na outra o melhor refúgio que se pode ter, e aprendemos a amar e ser amiga incondicionalmente. Então fizemos a nossa comunidade, bem disfarçada, você vai encontrá-la no orkut e achará que é uma comunidade sobre suco de laranja quando na verdade não é. E o ahazza bee só existe por causa dessa revista, porque nós queríamos mostrar o que pensamos, o que sentimos, queríamos ter um lugar para expor isso e agora nós temos. E a cada dia quando eu acordo, eu posso estar muito triste, mas eu tenho esse motivo pra sorrir, eu tenho essas 24 amigas e nós temos o nosso blog que já teve mais de 11000 visitas =D
Nós somos únicas, não existe igual. Aonde no mundo 25 garotas vão ser amigas por mais de um ano sem nunca ter ao menos uma briga feia?
Revolta muito entrar no orkut de alguém e ver um álbum nomeado 'Gominhos de Laranja', porque essas somos nós! É o que nós inventamos, nós somos as laranjetes. E ninguém mais é. Me deixa com raiva ver alguém simplesmente copiando! Outro dia eu também vi 'Gominhos de Mexerica', me desculpem, mas GOMINHOS DE MEXERICA É O CARALHO.
E aí eu penso, quando é que as pessoas vão se focar em ter personalidade, ser quem é sem se preocupar com modinhas, em ser cool e no que as pessoas vão pensar? Cada um tem algo especial dentro de si, mas devia aprender a utilizar isso. Sem querer estar 'por dentro', sem querer ser cool, sem querer aparecer e principalmente, sem copiar ninguém.

Estilo é saber quem você é, o que quer dizer, e não dar a miníma.

Reflita sobre, não estou revoltada apenas por terem copiado o nome de álbum no orkut, estou revoltada por viver cercada de gente que faz isso.

We miss you now and forever.



Pronto, falei!
Georgia Nicolson

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Percy Jackson e os Olimpianos

O Ladrão de Raios, primeiro livro da coleção.

O primeiro a me falar sobre 'O Ladrão de Raios' foi um amigo. Durante as aulas de filosofia eu lia 'A Mediadora' e ele viajava completamente me contando parte das aventuras de Percy Jackson, parecia interessante mas nunca pensei que fosse tão bom a ponto de se tornar um dos meus livros preferidos.
Aos 12 anos Percy Jackson descobre que é um meio-sangue, filho de um deus com uma humana. É mandado para um acampamento no qual além de respostas para os problemas que sempre o afetaram durante sua vida, como dislexia e déficit de atenção, ele recebe treinamento e uma missão. Ele e dois companheiros, Grover e Annabeth, vão em busca do raio mestre de Zeus, que fora roubado. Os três possuem apenas 10 dias para recuperá-lo e devolvê-lo à Zeus, pouco né? Mas com coragem e astúcia, os três conseguem cumprir a missão. A história tem um desfecho surpreendente, e durante todo o livro o autor consegue inserir os mitos gregos na realidade de uma maneira convincente. Meu amigo diz que o único problema do livro é que ele acaba, e está certíssimo em relação a isso.
São seis livros no total, Mar de Monstros já está nas livrarias e o terceiro, Maldição dos Titãs, tem estréia prevista para outubro.
O filme do primeiro livro já está sendo gravado, alguém dúvida que vai virar modinha? Eu não. Daqui a pouco todo mundo esquece de como o EDWARD É LIIIIIIIIIIIIIIIIIINDO.

O Ladrão de Raios
Rick Riordan
Editora Intrínseca

Já deprimida com o fim das férias,
Georgia Nicolson.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Harry Potter e o Enigma do Príncipe, o filme de 2009!


Se alguém ainda tinha alguma dúvida de que o sexto filme da série Harry Potter seria estrondoso, agora não tem mais. O Enigma do Príncipe estreou ontem, 15 de julho e já entrou para a história do cinema como o terceiro filme de maior estreia. E eu, como boa fã destrambelhada que sou, estava lá, na minha poltrona e com a minha pipoca, depois de muito sacrifício.
E o que tenho a dizer é simples: Valeu á pena!
Cada empurrão, cada sufoco, cada nota de R$ 10,00 perdida... Tudo desapareceu da minha mente quando me vi dentro de um filme fantástico, alucinante.

Alguns fãs realmente odiaram o filme, devido a falta de fidelidade ao livro, que realmente aconteceu. Muitas cenas foram cortadas e algumas nem sequer existiram no livro, e a trama principal foi parar no segundo plano. Mas ainda assim, o filme contém a essencia do enredo original, mesmo que não seja tão ao pé da letra. A presença de muitos diálogos na película também fizeram com que alguns o julgasse "tedioso", o que eu realmente acho que não caso, notando que passei o filme inteiro colada na cadeira com os olhos vidrados no telão.
Atuações fantásticas como a de Tom Felton (Draco Malfoy) e Helena Boham Carter (Bellatrix Lestrange) fazem qualquer um se arrepiar, e Rupert Grint (Rony Weasley) foi um show à parte com suas tiradas de humor completamente bem colocadas. Daniel Radcliffe (Harry) também evoluiu consideravelmente, podendo agora ser comparado brevemente com um ator do nível de Grint.

Se alguém tinha algum receio em relação ao clima romântico de Enigma do príncipe ofuscar a atmosfera sombria do filme, deve estar aliviado, pois isso não aconteceu. Existem sim muitas cenas engraçadas e muitos beijos sob o teto de Hogwarts, mas o filme também conta com alguns sustos e uma tensão que parece estar sempre presente.
Nesse filme, nós vimos Yates (Diretor) corrigir os próprios erros cometidos na película anterior (harry Potter e a Ordem da fênix) e fazer o que, em todos os outros filmes, vinha sendo adiado: A exploração emocional do personagens. Se em OdF nenhum impacto foi sentido com a perda de um personagem tão importante, eu já não posso dizer a mesma coisa deste.

Enfim, uma crítica totalmente positiva de uma fã alienada que se surpreendendeu, e muito!
Harry Potter e o enigma do príncipe merece aplausos, por mais que não tenha conseguido agradar a todos.

Nota: 9,0

Pansy Parkinson
Aquela que teve sua primeira fala no filme, LOL O/

terça-feira, 14 de julho de 2009

Disneylândia

Eis que surge mais uma estrela teen da Disney em ascensão (cof, cof), Mitchel Musso. É, ele mesmo, o amiguinho da Rã da Montanha Hannah Montana. Desconhece? Confira o vídeo abaixo:


Eu não sei vocês, mas eu nem prestei atenção na música, estrelas da Disney são tão last week...o que me chamou a atenção mesmo foi a aparência do rapaz. Ainda não entende o que eu quero dizer? Então acompanhe a matemática do AhazzaBee...



+
=



Bonitinho da mamãe!
El Taco de Guerra.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Zac Efron Again

Lá estava a laranjete que vos fala, leitores, munida as always de comida (torrone e uma coca-cola grande, atóron), sentada na cadeira do cinema babando no trailer de Harry Potter e o Enigma do Príncipe esperando o começo de um dos filmes que ela mais esperava para ver desde que ficou sabendo da sua sinopse/gravação: 17 Again, ou, 17 Outra Vez.

Vou admitir que um dos fatores que me atraiu para esse filme foi a presença do Matthew Perry. (Há, juravam que eu ia dizer Zac Efron, né?! Isso é o Ahazza, loves, não a LoveTeen.) Gente, o Chandler foi sempre o meu favorito, em todas as temporadas! Ele é engraçado na medida certa, com aquele jeito irônico, sem ser tão apelativo quanto o Joey.. Enfim, isso não é um post sobre Friends (mas bem que me deu uma idéia pra um!). Quando eu vi que o Matthew Perry ia estar em um filme no qual fazia o papel de um cara de 30-e-poucos anos que voltava a ser adolescente, eu não via a hora de ver.

Hey Chandler

Mas seria hipocrisia da minha parte dizer que ele era o único atrativo do filme. Zac Efron pode não ser o ator mais másculo, ou mais profissional, ou mais experiente, ou o melhor, e ok, julguem ele o quanto quiserem, mas eu acho que o menino atua bem sim. E eu não jogava fora Ele tem potencial, e eu sempre achei que ele merecia um papel mais digno pra mostrar isso. Well, there you go! Sei que isso é um assunto controverso, mas adorei o filme e não to afim de ser imparcial - thumbs up pro Zac Efron; mandou bem e pra mim, conseguiu superar a infantilidade de High School Musical e a bichisse de Hairspray.


Troy Bolton quem?

Sentada no cinema esperando o filme começar, eu não sabia o que esperar. Não sabia se ia sair dali dizendo que vi uma versão contrária a De Repente 30 e que o Zac Efron era um caso perdido, ou se ia ter visto um dos melhores filmes do ano. Fico com 'nenhuma das anteriores'.

O filme começa com um flashback que parece tirado de High School Musical - um jogo de basquete. A estrela do time, o menino que só precisa jogar aquele jogo pra ganhar uma bolsa de estudos em uma faculdade renomada, o astro da escola. Deja-vú, não? Até que a namorada-mais-bonita-da-escola dele chega, completamente aflita e conta pra ele que tá grávida, fazendo que ele desista do jogo e de todo o futuro acadêmico e do sonho dele pra ir atrás dela. Porque, quote, "my future is you and the baby now".

Ah, bonitinho, vai! Mas aí depois disso volta para a vida atual dele, e tudo começa a se voltar mais pro começo de Click. Sabem, aquela história do homem que se perde na vida familiar, no casamento, no relacionamento com os filhos e etc. Eu particularmente quase chorei. Mas enfim. Depois de uma discussão feia com a mulher, se torna claro que ele precisa de um novo rumo pra vida dele, e numa visita à antiga escola (que é onde os filhos dele estudam agora), um faxineiro muito esquisito parece ter a resposta.

Okay, bastante sensacionalista isso, I know. No filme é bem mais fraco. Mas considerando que em De Repente 30 tudo acontece por causa de purpurina, vou poupá-los dos detalhes sórdidos, assim como não os deixei atrapalharem minha concepção do filme. Uma tempestade e um redemoinho depois, tchã-ran, ele acorda e é o Zac Efron!

Justo esse corte de cabelo de novo?

Depois de uns momentos de insight muito engraçados com o melhor-amigo-desde-o-colégio-com-quem-ele-está-morando que é um nerd com direito à decoração de Star Wars e super heróis e O Senhor dos Anéis (esse é outro cara que faz o filme), ele se toca que o tal faxineiro era o "espírito guia" dele, e que ele estava tentando lhe passar uma mensagem. Huh, ok. Lá vai ele se matricular no colégio de novo.

Chegando lá ele começa a ver tudo que estava perdendo na vida dos filhos. Se torna melhor amigo do filho dele, e só aí vê que ele sofria bullying pelo time de basquete, e que realmente jogava muito bem, e tem uma queda pela principal cheerleader. Vê a filha dele namorando o capitão do time de basquete, que é um grandiosíssimo idiota. Aí o filme começa a ficar bom.


Porque ele percebe que às vezes aquilo não era só sobre o seu destino, mas que os seus filhos também precisavam dele. E é muito impagável ver o Zac Efron usando de análise psicológica pra humilhar o maior bully do colégio, ou tentando convencer a sala da "filha" dele a fazer um pacto de abstenção durante uma aula de educação sexual, ou realmente bancando o pai, com aquela cara de Disney Channel dele.

- Stan has a small wiener. Don't hurt yourself, big boy.

Mas o que realmente faz o filme é o quanto ele se reaproxima da mulher dele, por frequentar a sua casa com o seu filho/amigo para jogar basquete.

Ele vê coisas nela e aprende coisas sobre ela que há muito haviam se perdido, enquanto faz de tudo para que ela não saia com qualquer outro cara e desista do divórcio. Lógico que é muito creepy e te faz rir muito o fato de que não tem o mínimo cabimento rolar um clima tão forte entre a mãe de um menino com o amigo dele. Mas é tudo muito bem dosado, e no final, quando ele está de novo na mesma quadra, prestes a jogar o jogo mais importante do ano, e pode dar o rumo que ele sempre quis pra vida dele, e vê ela.. Tá, isso já tá virando spoiler. Mas não tem como não se emocionar.


- .. because I knew that no matter what happened, from that day on, nothing can ever be that bad... because I had you. And then I, uh... I grew up and I lost my way.

Fora uma atuação realmente muito boa do Zac Efron, umas boas risadas com o nerd, muitos momentos fofinhos, e toda a cor e um movimento que só um filme de High School tem, esse filme é baseado em morais muito fortes. É o tipo de filme que te faz sair pensando do cinema, sabe? Será que eu realmente to vivendo direito, será que eu to sabendo apreciar a presença das pessoas à minha volta, será que eu to tomando as decisões que devia estar tomando, no que elas são baseadas..

Cinco estrelas para 17 Again. Te faz rir e te faz refletir. Muito bem amarrado do começo ao fim, valeram totalmente os 8 reais.


Beijos, laranjas, e HAHAH aproveitei pra comprar meu ingresso pra pré-estréia de HP, vou ver e surtar às 00:01h!!
Simpkey


PS: Nossa, como eu usei fotos nesse post.. Mas sério, são muitas pra ilustrar esse filme! Post ficou maior que eu esperava também, mas tomara que tenha deixado vocês com vontade de assistir, porque é uma ótima pedida pras férias!

--- AHAZZA ANNOUNCEMENTS:

1 - Estamos entrando num período de "Under Construction". Preparando novidades e organizando de vez essa bagaça. Começamos esse blog sem muitas pretenções, e as milhares de views nos motivaram a tornar o negócio sério de vez. Vocês são lindos, e espero que gostem de tudo que a gente tá fazendo :)

2 - Férias de julho, frio, chocolate quente, muitos filmes e uma quebra do hiatus geral! Provavelmente continuaremos postando (até mesmo porque tem HP daqui a pouco, e porque posts nunca são demais) mesmo durante as "obras"

3 - Aceitamos sugestões. O que vocês acharem que o nosso blog precisa, soltem o verbo ali nos comentários :)

4 - Ahazze agora também no twitter! www.twitter.com/ahazzabee, atóron, se a Sandy, o Roberto Justus e o Obama podem, a gente pode também!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Arquivo Ahazza: Rafaela e Maury

Sentimos falta do Linha Direta Justiça, que narrava com veracidade crimes e mistérios sobrenaturais ocorridos no Brasil, com encenações fantásticas e cheias de recursos (hein?), e resolvemos inaugurar nossa própria série de documentários deste digníssimo blog: o Arquivo Ahazza!

Vale lembrar que se você é um cara sério, sisudo, que nunca assistiu ao 'Documento Trololó', do Hermes e Renato, ou nunca leu a Desciclopédia, vai achar isso aqui uma grande palhaçada desrespeitosa aos seres humanos...mas tenha em mente, caro coleguinha, que isto é só uma brincadeira...senso de humor kd

Começaremos esta série de documentários contando a história de uma dupla musical em ascendência, Rafaela e Maury. Não assiste o programa da Hebe e não sabe de quem estou falando? Trago estes 3 vídeos para te ajudar:










E agora, para onde vamos? Vamos voltar para o futuro! (sou fã de De Volta Para o Futuro mesmo, e daí?)

Rafaela e Maury iniciaram sua carreira bem cedo. Rafaela, conhecida de longa data como a “mini Ana Paula Arósio”, fazia campanhas publicitárias e desfiles; Maury trabalhava como modelo, ator e cantor infantil. Em 2008, os dois se uniram para formar a dupla “Rafaela e Maury”, numa nova safra de duplas infantis à la Sandy e Junior. Com sucessos como “Bonga Bonga” e “Xuxuzinho”, os dois se tornaram conhecidos e queridos de crianças de todo o Brasil.

Os anos se passaram, e os dois permaneceram na música. Cresceram em meio ao sucesso e ao trabalho. Como era predestinado, iniciaram um romance, ovacionado e comentado no meio artístico. Quando Rafaela completou 18 anos, Maury já estava com 22, logo, sua imagem já não convencia tanto como “dupla infantil”. Sua popularidade caiu 150%, logo, a venda de discos também foi prejudicada. Tentou-se de tudo para recuperar o sucesso da dupla: publicidade, shows, e até mesmo regravações de sucessos de polca polonesa, lambada e clássicos do tecnobrega, como “Quem vai querer a minha periquita?”, da Banda Katrina. Mas nada funcionou.

Com a oscilação do sucesso, a dupla entrou numa onda de frustração. Maury adquiriu hábitos estranhos, como o de afogar esquilos em banheiras de gelo ao som de Claudinho e Buchecha. Por esse motivo, foi autuado uma vez e preso duas vezes, em flagrante. Enquanto isso, Rafaela divertia-se em festas e boates regadas à muita tequila com sua amiga, a também ex-estrela mirim desvairada, Maisa Silva. Com isso, a popularidade da dupla caiu ainda mais. Após uma confusão numa reserva ambiental, os dois foram chamados às falas por seu produtor. Tiveram de romper com a gravadora. “Eu me lembro até hoje desse dia”, conta Rafaela, “O Mauryzinho ficou muito triste, passou o dia todo trancado no quarto cortando os pulsos e ouvindo clássicos emos. Eu vomitei todo o meu jantar. E fui logo recuperar, né, afinal, com aquela crise, aquele era o último scargot que eu poderia comer”.

Com a notícia, os dois entraram numa depressão profunda, e isso fez com que Maury se afundasse ainda mais em seu vício: o cajuzinho. E, para ele, arrastou também Rafaela, frágil e vulnerável. Os dois tiveram de se mudar para um kitnet alugado, onde cabiam apenas um sofá-cama, um fogão para acampamentos, uma televisão de 14 polegadas e um pardal (sim, um pardal, porque um canário é muito caro). “Eu ouvia aquele pássaro cantar e lembrava da época em que éramos artistas...mas aquele bicho cantava mal pra caramba”, lembra Rafaela.

Para sobreviver, arranjaram alguns bicos, como animadores de festa infantil. Chegavam a gastar comissões inteiras com o vício. “Tinha dias em que eu chegava a fumar uns 30, 40 cajuzinhos”, diz Rafaela. Quando o dinheiro acabava, o jeito era roubar das mesas das festas. Ficavam sempre até o final, com potes a fácil alcance, limpavam as mesas e fugiam. Era sempre um risco.

No fundo do poço, suas personalidades se revelaram. Maury se tornou extremamente agressivo. Chegou a atacar Rafaela várias vezes, com golpes de faca de rocambole. A gota d’água foi o dia em que ele a atacou no rosto com um ansinho, desfigurando seu rosto, o que fez com que ela fugisse de casa e encontrasse as ruas.

Nas ruas, destruída, escrotizada, vadiada, teve de mendigar. Invadia festas infantis e roubava restos das mesas de doce, enchia sacolas e mais sacolas de cajuzinho. “Eu passava a noite inteira fumando, ficava horas doidona”, relata. Quando já não via mais saída do meio das forminhas douradas, sua amiga, Maisa Silva, a ajudou, com palavras de incentivo: “Tequila na night é cult, mas invadir festinha infantil não rola, né, amiga?”. Com isso, a levou para sua casa, e a submeteu a uma desintoxicação e a 37 plásticas, na tentativa de recuperar seu rosto. Rafaela até hoje se emociona ao falar da amiga: “Eu devo muito a Maisa, foi ela quem me tirou da rua e me abriu os olhos. Tudo bem que aquela cadela me jogou na rua de novo, depois, mas pelo menos ela fez algo que prestasse”. Quanto a isso, a resposta de Maisa é apenas um sorriso sádico.

A partir daquele momento, Rafaela se viu sozinha. Aquele era o sinal de que teria de aprender a caminhar com as próprias pernas. Com o pouco dinheiro que sobrara dos dias de artista, que ela havia, espertamente, escondido no intestino delgado, pôde pagar por um quarto de pensão num bairro italiano de São Paulo, e foi à luta. Arranjou bicos como vendedora de sutiãs e óculos da “Dôce i Bacana” (“Olha o óculos da varejeira, patrão!” era seu novo slogan de trabalho) na 25 de Março e chapeira numa lanchonete da rodoviária. Começou a refazer sua vida.

Alguns anos depois, veio a notícia de que Maury, seu ex-companheiro de música, havia morrido, após ter escorregado numa casca de banana. Durante o velório, Rafaela falou à imprensa: “Não guardo mágoa. Não devemos guardar mágoa. ‘As pessoas boas devem amar seus inimigos’, já dizia a Bíblia. Não, espere, não foi a Bíblia...foi Seu Madruga”.

Atualmente, encontramos Rafaela pelas ruas de São Paulo. Ela tem seu próprio negócio, dirigindo um carro do pão. E é ótima propagandista. A exemplo de um de seus primeiros comerciais televisivos, em que dizia “Eu sou a Rafaela, tenho 5 anos, gosto muito de fazer novela, de fazer comercial...”, diz no megafone: “Eu sou a Rafaela, tenho 25 anos, gosto muito de fazer pão, broa de milho, broa de coco, e muito mais...”. Com apenas seis dentes na boca, porém, sempre sorridente, declara: “Sou uma pessoa feliz, tenho Jesus na minha vida e nunca desisto dos meus sonhos”. E, para provar, deixa avisado: “Estou angariando fundos parar abrir uma casa de pão de queijo. O carro do pão vai crescer, hein, galera, essa bonga vai pegar!”. A equipe do AhazzaBee está torcendo por você, Rafaela. Mas, enquanto isso não acontece, me vê aí uma broa de coco.

Como diria Ivo Holanda: 'É PEGADINHA, É PEGADINHA, PRODUÇÃÃÃO!'

El Taco de Guerra.