sábado, 23 de maio de 2009

Quando a brincadeira perde a graça

Post pra falar sério, galere.
Assunto velho, last week, batido, mas bora lá:






Após os lamentáveis ocorridos, a Justiça resolveu tirar o quadro 'Pergunte para a Maisa' do ar. Esse foi o primeiro domingo do Programa Silvio Santos sem a participação da menina. É fato: ele passou dos limites. Discute-se, agora, a permanência ou não de Maisa no SBT e, até mesmo, sua vida familiar. Por enquanto, é um frenesi, uma polêmica, mas logo a poeira vai baixar. E isso é o que eu temo, afinal, essa é só a ponta de um enorme e antigo iceberg.

Não sabe aonde eu quero chegar? Vamos lá:

Alguém se lembra do Macaulay Culkin? Aquele garotinho loirinho, que estrelou filmes como 'Esqueceram de Mim' e 'Riquinho'? Pois é. Desde muito cedo, ele se dedicou à carreira artística. Conseguiu fama, fortuna, notoriedade. Tudo era precocemente maravilhoso e promissor. Depois disso, o inevitável: a queda no ostracismo, em meio à luta violenta de seus pais por sua fortuna, a destruição de sua família, de sua paz, de sua infância. Como consequência, um início de fase adulta permeado por escândalos e mais escândalos, envolvimento com drogas, uma estrada cheia de tropeços. Caminho triste para uma jovem revelação.

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É, esqueceram de mim.

Não só Macaulay, mas outros artistas mirins tiveram destinos tão tristes quanto ou ainda piores. Dana Plato, atriz do seriado oitentístico 'Minha Família é Uma Bagunça', por exemplo, envolvida com drogas desde a adolescência, em razão do estresse da carreira, e morta de overdose com pouco mais de 30 anos. Podemos citar até mesmo brasileiros, como Simony, que aos cinco anos começou com o Balão Mágico, e então sumiu, voltou, sumiu de novo, posou para a Playboy, casou com um presidiário e hoje é presença obrigatória no sofá da Sônia Abrão.

O que significa o caso de Maisa? Será que é um apelo das estrelas mirins? Será mesmo certo submeter uma criança à pressão dos palcos, do mercado, da popularidade e, posteriormente, do esquecimento? Pode parecer impressionante, mas apesar de toda a precocidade e talento que ela ou qualquer uma das crianças que vemos no show business apresentam, elas são crianças. Frágeis, em fase de construção de personalidade, com medos e inseguranças inocentes, que choram, que berram, que fazem manha. Crianças, que apesar de, desde cedo, serem colocadas para conviver em pé de igualdade com adultos nas telas, não têm hora para voltar a agir de acordo com sua idade. Imprevisíveis.

A perda da infância para a fama é algo cruel. Trabalho infantil não é só aquele das carvoarias, das fábricas de sapato, das lavouras de cana. Uma criança que é submetida a horários rigorosos, muitas vezes, desde as tenras horas da manhã (podíamos notar, no extinto quadro de Maisa, que ela tinha sono, muito sono, sempre), a extensa rotina de gravações e aparições públicas está aprendendo, desde cedo, a cultura do trabalho, do fazer para ganhar. Qual o limite entre isso e a exploração? É uma linha tênue, meus caros, é uma linha tênue.

Essa é uma questão a se pensar, afinal, o tempo passa. Todos deixamos de ser crianças um dia, crescemos, nos tornamos homens, mulheres. E nossa personalidade é moldada, em grande parte, com a bagagem que trazemos da infância. A infância é a fase na qual tudo se constrói, como se cada semente plantada fosse capaz de germinar, se bem cultivada. É aí que reside minha preocupação em relação às estrelas mirins: quando tudo deixa de ser lindo e fofinho, quando os pequeninos crescem e se tornam grandes e comuns, o que acontece? Como cobrir o vazio deixado pelos dias de glória? E é aí que os barracos do Superpop entram em cena.

Pra terminar, sabe o que mais me impressiona? Os inúmeros comentários no Youtube e no Orkut, rindo e fazendo pouco da situação. Afinal, 'a Maisa é uma pentelha', 'é uma pirralha chata', 'mereceu a humilhação', 'não tem nada de mais em exercitar o medo'. Nada de mais, hã?


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Não, isso não tem graça.

El Taco de Guerra.

sábado, 16 de maio de 2009

X-men The Origins: Hugh Jackman

Ok, acredito que esse post esteja com a data de validade próxima, se levarmos em conta o fato do filme já ter estreado há mais de 15 dias. Mas eu acredito também que não mata engorda.
Então, se você não está acima do peso, e já assistiu X-men IV, prossiga, amiguinho.

Haaja paciêcia, haja paciência!



Se eu pudesse descrever o ponto mais alto do filme, ele com certeza seria, além de alto, também forte, musculoso, e atenderia pelo nome de Hugh Jackman.
O ator que dá vida ao nosso amado tio Wolvis, protagonista do filme, se mostrou tão carismático quanto seu personagem exigia - mesmo que sem uma ajuda muito grande do roteiro - e desenvolveu as cenas principais do filme como ninguém. É, eu realmente paguei pau.

Por outro lado, o público garantido, a divulgação gigantesca e o fato de ser a continuação de uma franquia absurdamente lucrativa da MARVEL, impediram-na de se preocupar com a qualidade do filme em si, que, como imaginávamos, se mostrou puramente comercial, contendo exatamente aquilo que o público já conhece: Luta, cenas de ação, luta, efeitos especiais, luta, e quase nada de carisma emocional, que se estava lá, foi devido à atuação do Hugh e mesmo assim quem piscou perdeu. É.

A impressão que temos ao assistir é de que os produtores do filme nos viram como um bandinsensível FDP que não estamos nem aí pro fato do protagonista ter se fodido (no bom sentido, claro) a vida toda, matado o pai, perdido a esposa e se tornado inimigo mortal do irmão. Nós queremos é ver a bagaceira, o pau comer, a cobra fumar, ralar a tcheca no chão... -n. Além de tudo, somos todos hemofóbicos, talvez por isso o filme não conte com nenhuma gota de sangue nem nas cenas de quebra-pau. Ok, talvez sejamos, né? Vai saber.

Em suma, o filme não é de todo ruim. Conta com algumas cenas interessantes, alguns efeitos especiais dignos e critérios artísticos passam, além de ser bom para os fãs saberem um pouco mais da vida do (injustamente) líder dos mutantes. Eu só esperava bem mais, considerando a divulgação e credibilidade da franquia X-men. Mesmo assim, Wolverine pôs Hannah Montana - O Filme no chinelo em questão de bilheteria na inglaterra, e acredito que pesando os dois, o chinelo foi merecido.

Nada é perfeito, mas minha pipoca foi grátis e meu cinema é de 736483704º categoria, mas é barato. No fim, não saí no prejuízo, não.


Num momento incrivelmente chata e cara-de-mamão,

Pansy

P.S: perdoem nossa laranjeira, os posts estão escassos por enquanto mas acredito que depois do período de correria habitual no colégio, o blog volte à rotina.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Viver Antes Que Termine o Dia


Sabe aqueles dias em que você acorda tentando descobrir o sentido de tudo? É, talvez você não saiba. Mas eles são bem constantes para mim.
Outro dia estava eu tentando desvendar o sentido da morte. Ou da vida. Entenda como quiser. Entre muitos e muitos devaneios, decidi que seria melhor parar por ali. Há tanto para ser descoberto e ainda assim não teremos resposta alguma. Deveria eu me importar, afinal?
Acontece que é inevitável. Hoje eu acabo por deixar para lá e me sinto exausta de tanto procurar respostas que me fogem por mais que eu esteja perto de encontrá-las. Mas então amanhã tudo volta, até o momento em que eu vou estar suficientemente exausta, e vou desistir mais uma vez.
Mas deixando a introdução sem utilidade – não que o resto vá ter alguma - de lado, eu assisti a um filme há um bom tempo atrás chamado Antes Que o Dia Termine. Trata-se de um rapaz que não dá muita atenção à sua namorada. E uma noite sonha com a sua morte, percebendo assim diversas coisas que antes não havia feito – como a falta que ela faria, caso isso acontecesse, e o quanto a amava.
Eu o assisti de novo, mais recentemente. E me dei conta de algo que eu já sabia, de alguma maneira. Todos sabemos, e sabemos mesmo, mas não damos verdadeiro valor a isso.
Não importa: nós vamos morrer um dia. E a maior burrice que cometemos é acreditar que é sempre cedo demais para fazer as coisas darem certo. Quando não é. Não é cedo muito menos tarde, é a hora exata.
Se você quer dizer a alguém que o ama, faça-o hoje, faça-o agora. Se você foi estúpido com alguém, por que deixar para se desculpar depois – ou não se desculpar? Se você nunca disse àquela pessoa o quanto admira o sorriso espontâneo dela, diga-a imediatamente. Se você aprecia o jeito como alguém lida com os problemas ou trata dos sentimentos, mostre para esse alguém. Nunca é tarde, é sempre a hora certa. Não há nada pior que a dor de não ter feito aquilo que já não pode mais fazer.
Podemos parecer inutilmente jovens, mas não somos. Nunca sabemos o quanto estamos perto da morte e quanto tempo nos resta com alguém. Então por que dar de ombros e deixar que a outra pessoa descubra o quanto é importante se você pode ir lá e mostrar para ela? Por que fingir que temos todo o tempo de mundo se ele sempre nos abandona?
A morte está pelas esquinas, caminha calmamente, apenas esperando o momento – momento esse que não sabemos quando será. Devemos nos arriscar e continuar inventando bobagens para adiar o que devemos fazer?
O tempo não está em nossas mãos, mas o poder de fazê-lo valer a pena é inteiramente nosso. Se queremos que a vida seja especial, temos de fazê-la especial. Não basta acreditar que as coisas vão dar certo e continuar se lamentando por estarem todas erradas. Você precisa valorizar o que tem, ainda que considere pouco. E não acredito que haja uma única pessoa que tenha tão pouco. O amor é o maior e mais valioso de todos os bens. É o bem maior. E é algo que todos temos, ainda que à coisa mais banal.
Será que vale a pena ignorar a chance que temos de abraçar, beijar, gritar que amamos e somos humanos? Será que devemos deixar o fato de que somos humanos ser desculpa para todos os nossos erros e burrices ao invés de tentar ser racional e agir como deveríamos?
Eu não acho que a resposta seja sim. Devemos levantar o traseiro da poltrona, sorrir para o destino e aceitar o que vier, seja o que for. E, sempre que estiver em nossas mãos, fazer dar certo. Somos capazes de nos adaptar a situações inimagináveis, por que não seríamos capazes de mudar o nosso destino?
E mais uma vez eu deixo as perguntas sobre as quais ninguém vai pensar a respeito. Mas a vida é tão engraçada, não acha? Eu mesma estou dando gargalhadas dela agora, e nem ao menos sei o por quê...
Anna Molly.