quarta-feira, 1 de julho de 2009

Arquivo Ahazza: Rafaela e Maury

Sentimos falta do Linha Direta Justiça, que narrava com veracidade crimes e mistérios sobrenaturais ocorridos no Brasil, com encenações fantásticas e cheias de recursos (hein?), e resolvemos inaugurar nossa própria série de documentários deste digníssimo blog: o Arquivo Ahazza!

Vale lembrar que se você é um cara sério, sisudo, que nunca assistiu ao 'Documento Trololó', do Hermes e Renato, ou nunca leu a Desciclopédia, vai achar isso aqui uma grande palhaçada desrespeitosa aos seres humanos...mas tenha em mente, caro coleguinha, que isto é só uma brincadeira...senso de humor kd

Começaremos esta série de documentários contando a história de uma dupla musical em ascendência, Rafaela e Maury. Não assiste o programa da Hebe e não sabe de quem estou falando? Trago estes 3 vídeos para te ajudar:










E agora, para onde vamos? Vamos voltar para o futuro! (sou fã de De Volta Para o Futuro mesmo, e daí?)

Rafaela e Maury iniciaram sua carreira bem cedo. Rafaela, conhecida de longa data como a “mini Ana Paula Arósio”, fazia campanhas publicitárias e desfiles; Maury trabalhava como modelo, ator e cantor infantil. Em 2008, os dois se uniram para formar a dupla “Rafaela e Maury”, numa nova safra de duplas infantis à la Sandy e Junior. Com sucessos como “Bonga Bonga” e “Xuxuzinho”, os dois se tornaram conhecidos e queridos de crianças de todo o Brasil.

Os anos se passaram, e os dois permaneceram na música. Cresceram em meio ao sucesso e ao trabalho. Como era predestinado, iniciaram um romance, ovacionado e comentado no meio artístico. Quando Rafaela completou 18 anos, Maury já estava com 22, logo, sua imagem já não convencia tanto como “dupla infantil”. Sua popularidade caiu 150%, logo, a venda de discos também foi prejudicada. Tentou-se de tudo para recuperar o sucesso da dupla: publicidade, shows, e até mesmo regravações de sucessos de polca polonesa, lambada e clássicos do tecnobrega, como “Quem vai querer a minha periquita?”, da Banda Katrina. Mas nada funcionou.

Com a oscilação do sucesso, a dupla entrou numa onda de frustração. Maury adquiriu hábitos estranhos, como o de afogar esquilos em banheiras de gelo ao som de Claudinho e Buchecha. Por esse motivo, foi autuado uma vez e preso duas vezes, em flagrante. Enquanto isso, Rafaela divertia-se em festas e boates regadas à muita tequila com sua amiga, a também ex-estrela mirim desvairada, Maisa Silva. Com isso, a popularidade da dupla caiu ainda mais. Após uma confusão numa reserva ambiental, os dois foram chamados às falas por seu produtor. Tiveram de romper com a gravadora. “Eu me lembro até hoje desse dia”, conta Rafaela, “O Mauryzinho ficou muito triste, passou o dia todo trancado no quarto cortando os pulsos e ouvindo clássicos emos. Eu vomitei todo o meu jantar. E fui logo recuperar, né, afinal, com aquela crise, aquele era o último scargot que eu poderia comer”.

Com a notícia, os dois entraram numa depressão profunda, e isso fez com que Maury se afundasse ainda mais em seu vício: o cajuzinho. E, para ele, arrastou também Rafaela, frágil e vulnerável. Os dois tiveram de se mudar para um kitnet alugado, onde cabiam apenas um sofá-cama, um fogão para acampamentos, uma televisão de 14 polegadas e um pardal (sim, um pardal, porque um canário é muito caro). “Eu ouvia aquele pássaro cantar e lembrava da época em que éramos artistas...mas aquele bicho cantava mal pra caramba”, lembra Rafaela.

Para sobreviver, arranjaram alguns bicos, como animadores de festa infantil. Chegavam a gastar comissões inteiras com o vício. “Tinha dias em que eu chegava a fumar uns 30, 40 cajuzinhos”, diz Rafaela. Quando o dinheiro acabava, o jeito era roubar das mesas das festas. Ficavam sempre até o final, com potes a fácil alcance, limpavam as mesas e fugiam. Era sempre um risco.

No fundo do poço, suas personalidades se revelaram. Maury se tornou extremamente agressivo. Chegou a atacar Rafaela várias vezes, com golpes de faca de rocambole. A gota d’água foi o dia em que ele a atacou no rosto com um ansinho, desfigurando seu rosto, o que fez com que ela fugisse de casa e encontrasse as ruas.

Nas ruas, destruída, escrotizada, vadiada, teve de mendigar. Invadia festas infantis e roubava restos das mesas de doce, enchia sacolas e mais sacolas de cajuzinho. “Eu passava a noite inteira fumando, ficava horas doidona”, relata. Quando já não via mais saída do meio das forminhas douradas, sua amiga, Maisa Silva, a ajudou, com palavras de incentivo: “Tequila na night é cult, mas invadir festinha infantil não rola, né, amiga?”. Com isso, a levou para sua casa, e a submeteu a uma desintoxicação e a 37 plásticas, na tentativa de recuperar seu rosto. Rafaela até hoje se emociona ao falar da amiga: “Eu devo muito a Maisa, foi ela quem me tirou da rua e me abriu os olhos. Tudo bem que aquela cadela me jogou na rua de novo, depois, mas pelo menos ela fez algo que prestasse”. Quanto a isso, a resposta de Maisa é apenas um sorriso sádico.

A partir daquele momento, Rafaela se viu sozinha. Aquele era o sinal de que teria de aprender a caminhar com as próprias pernas. Com o pouco dinheiro que sobrara dos dias de artista, que ela havia, espertamente, escondido no intestino delgado, pôde pagar por um quarto de pensão num bairro italiano de São Paulo, e foi à luta. Arranjou bicos como vendedora de sutiãs e óculos da “Dôce i Bacana” (“Olha o óculos da varejeira, patrão!” era seu novo slogan de trabalho) na 25 de Março e chapeira numa lanchonete da rodoviária. Começou a refazer sua vida.

Alguns anos depois, veio a notícia de que Maury, seu ex-companheiro de música, havia morrido, após ter escorregado numa casca de banana. Durante o velório, Rafaela falou à imprensa: “Não guardo mágoa. Não devemos guardar mágoa. ‘As pessoas boas devem amar seus inimigos’, já dizia a Bíblia. Não, espere, não foi a Bíblia...foi Seu Madruga”.

Atualmente, encontramos Rafaela pelas ruas de São Paulo. Ela tem seu próprio negócio, dirigindo um carro do pão. E é ótima propagandista. A exemplo de um de seus primeiros comerciais televisivos, em que dizia “Eu sou a Rafaela, tenho 5 anos, gosto muito de fazer novela, de fazer comercial...”, diz no megafone: “Eu sou a Rafaela, tenho 25 anos, gosto muito de fazer pão, broa de milho, broa de coco, e muito mais...”. Com apenas seis dentes na boca, porém, sempre sorridente, declara: “Sou uma pessoa feliz, tenho Jesus na minha vida e nunca desisto dos meus sonhos”. E, para provar, deixa avisado: “Estou angariando fundos parar abrir uma casa de pão de queijo. O carro do pão vai crescer, hein, galera, essa bonga vai pegar!”. A equipe do AhazzaBee está torcendo por você, Rafaela. Mas, enquanto isso não acontece, me vê aí uma broa de coco.

Como diria Ivo Holanda: 'É PEGADINHA, É PEGADINHA, PRODUÇÃÃÃO!'

El Taco de Guerra.

0 comentários: